Este projeto consiste numa biblioteca cuja missão é combater a solidão e a iliteracia, através da leitura, da empatia, e dos laços humanos que nascem através das histórias, chegando a quem se sente isolado. Através da biblioteca itinerante, com um tuk-tuk eléctrico amigo do ambiente, chegar às ruas estreitas de Lisboa, e a todos, parar, estar, motivar os idosos a saírem de casa, e também ir ao encontro de quem vive só e não se consegue deslocar, levando livros, jornais, revistas, leitura em voz alta, esperança, afectos, e criação de valor. Este projeto foi apresentado pelos professores e chamou logo a minha atenção. Tendo em conta o quão envelhecida está a nossa sociedade, existem muitos problemas que assentam nessa temática. A solidão na terceira idade é um assunto ao qual dificilmente ficamos indiferentes, dado termos familiares mais velhos e geralmente ambicionarmos também nós chegar a essa fase da nossa vida. Além da biblioteca itinerante o projeto inclui o “Ler doce Ler”, o “Histórias que somos” e “A biblioteca interativa”. A vertente “Ler doce Ler” consiste na leitura de histórias ao domicilio para com mobilidade reduzida e que vivam sozinhos. Semanalmente, uma equipa de voluntários desloca-se a casa de pessoas previamente inscritas para receberem leitura em voz alta e criar laços de confiança através da partilha de histórias e conversa. É no contexto do “Histórias que somos” que existem momentos de partilha e de leitura que nas quais recolhem testemunhos reais de pessoas que cresceram e ainda vivem nesses bairros, dando-lhes a oportunidade de reviver e eternizar as suas memórias. “A biblioteca interativa” consiste no mesmo conceito da biblioteca itinerante, mas em que disponibiliza a pessoas sem-abrigo, a oportunidade de requisitarem livros, periódicos e outras publicações. Em articulação com a Associação Conversa Amiga fazemos um trabalho de divulgação dos serviços prestados, conversando com as pessoas na rua, combatendo o isolamento e promovendo assim a inclusão social. Um projeto tão nobre quanto este, que tenta promover o bem estar da sociedade e principalmente dos membros mais vulneráveis e indefesos da população merece o devido reconhecimento, e divulgação para que possam ser criados mais projetos deste género e em diferentes zonas do país. A divulgação é importante também para que possam haver novos voluntários a trabalhar no projeto. E acredito que estou a realizar essa tarefa ao redigir este texto. Mais sobre este caso: naruacomhistorias.pt/
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Este artigo foi publicado por uma empresa de design que defende o co-design e que trabalha através desse processo. O co-design, consiste resumidamente, em trabalhar em equipa com os designers, a empresa e os consumidores do produto, esta colaboração resulta num abrangente conhecimento dos assuntos tratados, assim como perspectivas e diferentes visões de possíveis soluções para os problemas, ou melhoramentos a serem feitos. Eu concordo, e, na minha visão, trabalhar desta forma facilita a resolução dos complexos desafios que o nosso mundo enfrenta, pois, estes são atualmente, grandes demais para serem enfrentados por uma única disciplina. Os patrocinadores do co-design ao orientam os interessados e ajudam as pessoas a desenvolver e aumentar a fidelidade das suas ideias. Acho que envolver várias partes interessadas ao longo do processo pode ser desafiador, mas recompensado através de um processo guiado para a descoberta, idealização e desenvolvimento, ao poder dar voz aos usuários finais e às pessoas que os atendem. Seguindo estas premissas, os informantes transformam-se em participantes, colaboradores e parceiros - e isso pode ter um impacto poderoso e significativo nos resultados. O artigo interessou-me porque ao perceber a perspectiva e as vantagens do co-design, cheguei à conclusão que é um processo talvez um pouco mais complexo e demorado do que um processo realizado exclusivamente pelos designers, mas que pode e deve apresentar melhores resultados, visto que tem em conta a maioria ou a totalidade das visões sobre um assunto especifico, o que faz com que o impacto na sociedade seja muito superior a um processo mais comum. Sobre este artigo: medium.com/@thestratosgroup/co-design-a-powerful-force-for-creativity-and-collaboration-bed1e0f13d46 O Banco de Alimentos da Comunidade de Rhode Island pediu para que fossem recrutados doadores mais jovens, instruídos e experientes em tecnologia para o estudo deste caso. O desafio de chegar a esse novo público foi resumido pela sua percepção de que nada poderia acabar com a fome em Rhode Island. Este projeto chamou-me a atenção por ter como tema base um assunto muito divulgado - a fome - mas para o qual, se tem mostrado ao longo dos anos, um problema de difícil divulgação que consiga funcionar de forma a que as pessoas contribuam de forma positiva, e, é ainda mais um problema de difícil solução. Ao criar a marca de comida intitulada de “Nothing” conseguiram destacar-se do resto dos produtos alimentares demonstrando, que, a comida que as pessoas doassem, era de facto a solução para a fome, ainda que elas achassem que nada (“nothing”) conseguiria ser solução para o problema. Deste modo, a simples lata que estava na prateleira, apresentava-se como uma opção óbvia e fácil para a doação, sem que os doadores tivessem de pensar muito sobre o assunto. Este projeto, foi de custos relativamente baixos, e um dos motivos de isso poder ser uma realidade, foi a inteligente estratégia de o próprio produto funcionar como veículo da divulgação do problema, e sendo ele próprio apresentado como solução. Considero esse um dos factores mais importantes deste caso. A proximidade entre o problema e a solução, aliados à mensagem que o produto por si só transmite, fazem com que se torne muito sugestiva a adesão por parte da sociedade. Este fator leva ainda as pessoas a refletirem acerca de um problema desta dimensão, o que é um ponto forte e positivo, principalmente, porque existem casos de fome por todo o mundo que encontram-se há muito tempo por resolver. Na minha perspectiva, foi um projeto muito bem conseguido, que definiu objetivos e cumpriu-os até além do expectável. A ideia é relativamente simples, mas com bastante impacto. Sobre este caso: www.aiga.org/case-study-nothing |
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